Em meio aos protestos que tomam as ruas do Irã, a música eletrônica tem se tornado uma forma poderosa de resistência. O movimento “Mulher, Vida, Liberdade”, que começou como um grito de protesto, agora é também o nome de uma compilação musical criada por DJs iranianas que estão utilizando a música para amplificar a luta de suas compatriotas.
Imagine uma rave clandestina onde a localização é mantida em segredo até o último minuto. Lá, em um armazém cheio de pessoas dançando, a música ecoa como um ato de desobediência. No Irã, festas como essas são muito mais do que uma simples diversão – são um grito silencioso de liberdade.
A DJ iraniana Aida, agora radicada no Canadá, compartilha como esses eventos no Irã, organizados em locais ocultos, lembram muito as festas underground da Europa ou dos EUA. No entanto, o risco para os participantes e organizadores é imenso. A repressão governamental é severa, com prisões, torturas e até sentenças de morte para quem ousa desafiar o regime.
Aida e sua colega DJ Nesa Azadikhah, que recentemente deixou o Irã, estão por trás da criação do álbum Mulher, Vida, Liberdade, uma coletânea eletrônica composta por mulheres iranianas. Para elas, a dança e a música são muito mais do que entretenimento: são símbolos poderosos de liberdade. Embora eventos públicos de dança sejam proibidos no Irã, as artistas encontraram formas criativas de expressar essa liberdade por meio de performances menores e permitidas, como shows de música ambiente e visuais.
Nesa compartilha como foi sua primeira experiência em um clube fora do Irã, descrevendo o sentimento de “paz e liberdade”. No Irã, essa sensação é rara, mas, nos clubes clandestinos, ela é vivida intensamente. Aida acrescenta que, quando toca em festas fora de seu país, ela sente uma conexão profunda com o que poderia ser a realidade no Irã.
O objetivo do álbum Mulher, Vida, Liberdade é justamente trazer esperança. Elas esperam que sua música não apenas seja ouvida no Irã, mas que inspire as pessoas a continuarem lutando por um futuro onde possam expressar livremente seu talento e paixão sem temerem por suas vidas.
A música sempre foi uma ferramenta poderosa de protesto e transformação. No Irã, onde a repressão cultural é intensa, as mulheres estão encontrando novas maneiras de expressar suas vozes e desafiar as normas estabelecidas. O álbum Mulher, Vida, Liberdade é um símbolo dessa resistência, levando a mensagem de liberdade e igualdade para além das fronteiras do país.
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